Almiro Marcos - O Popular - 29/05/09
Conforme se aproxima a data para o represamento das águas para a formação do lago da barragem do Ribeirão João Leite (previsto para setembro) cresce a preocupação com a preservação da bacia. Afinal, qual é a qualidade da água que vai abastecer o lago? O que é verificado em vários municípios mostra que a situação é preocupante. Nesse sentido, a Delegacia Estadual do Meio Ambiente (Dema) vai apresentar na próxima segunda-feira a lista dos 50 maiores poluidores da bacia.
Um dos exemplos da situação ocorre em Goianápolis, a 30 quilômetros da capital, onde uma erosão na nascente do Córrego Fundão compromete a água que é levada para o João Leite. O buraco fica a poucos metros da zona urbana e tem proporções de 300 metros de comprimento por 80 de largura (no ponto mais largo) e chega a atingir mais de 20 metros de profundidade. Á água corre sem parar no fundo da erosão.
Somente há dois meses a erosão, próxima a dois bairros, chegou ao conhecimento do secretário local de meio ambiente, José Divino Costa. “O asfaltamento de dois bairros pode ter aumentado a quantidade de água que é jogada aqui”, explicou. Ele disse que as informações são de que a erosão teria pelo menos 20 anos de existência. “Mas parece que cresceu mais nos últimos anos”, diz.
O material que é carregado pelas águas já foi responsável por aterrar uma represa logo abaixo e já está fazendo o mesmo com outra. Os resíduos vão seguindo adiante até chegarem ao João Leite. “Temos preocupação com a preservação dos córregos, pois isso pode influenciar diretamente no lago. Ações já estão sendo feitas nos municípios da bacia”, diz o engenheiro Caio Gusmão, fiscal de obras da barragem da Empresa de Saneamento de Goiás (Saneago).
A Polícia Civil já tem listados 50 agressores ambientais dos córregos da bacia do ribeirão que vai formar o lago para abastecimento da região metropolitana de Goiânia. A situação verificada é praticamente a mesma que foi apontada por um diagnóstico feito sobre a Área de Proteção Ambiental (APA) do João Leite.O relatório indicou ameaças na bacia como lançamento de esgoto sem tratamento, uso de intensivo de agrotóxicos e falta de preservação das nascentes, dentre outros. O estudo coloca a qualidade das águas da bacia sob suspeita.
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